sábado, 30 de maio de 2009

 

Ônibus! Lugar pra encontrar o par perfeito?

Seis horas da manhã! Toca o celular, mas não é nenhuma garota me acordando, e sim, a bendita hora miserenta de ir trabalhar........
Cuido da Higiene pessoal, passo aquele desodorante do bom, a melhor roupa (ou a menos pior que tenho no armário), aquele beijo na velha mamãe, pra dar aquele " quê " de sorte, e ir ao batente, de ônibus.
Desde quando comecei a ler histórias de amor, romances, paixões que dão certo, revistinhas entituladas como " Sabrina ", " Contos românticos - 28ª edição revisada", "Seventeen (minha irmã comprava e eu só foleava, fazer o que?) " tinha a esperança de encontrar a tampa da minha panela, nem que fosse na condução.
E não é que a sorte sorriu ao meu favor? Uma guria linda, maravilhosa, de fechar comércio, de fazer meu coração bater mais forte que os cinco minutos anteriores a entrega do meu hollerith, pega o ônibus no mesmo horário que eu.
E como chegar? Como sentar ao lado sem parecer um Wandosista, um tarado 2.0 ou algo que a afugente ? Comecei a estudar dia após dia que lugar ela costumava sentar pra ficar ao lado pra dar o primeiro ataque, que se resumiria a frase " Poxa, que frio hoje, né? " .
Tudo bem, estudo criado, tudo bem planejado, hoje é o grande dia! Já estou sentado, quando ela sobe, com aquela roupa maravilhosa, tudo supimpa, etc e tals, quando ela começa a conversar sobre não ter trocado...... Drogaaaaa! Estou quase oferecendo-me a pagar quando um tiozinho passa a catraca e senta ao meu lado. Droga ao quadrado! E o pior é quando ele começa a reclamar que a guria da Caixa Econômica Federal passou o dia errado dele receber a aposentadora no banco.
Espero que meu estudo não seja em vão, e consequentemente, dar pelo menos meu " Poxa, que frio hoje, né? "


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

 

E um dia hei de entender...

São dezoito horas e dezessete minutos. Ele acaba de chegar a sua residência que um dia foi abrigo de ambos. Sim! De ambos, pois seria o primeiro dia sem encontrá-la depois de três anos, quatro meses e vinte e um dias juntos. A relação estava desgastada. As brigas consumaram tudo o que sentiam de mais lindo e prazeroso. Ele estava conformado com a situação. Estava? Pelo fato de não abrir a porta e ouvir um “ lazarento, estás atrasado de novo? “, sim. Ele estava conformado.
Hora da prática do primeiro dia sozinho. Após ir tomar banho sem o banheiro estar parecendo uma sauna (ela ficava horas na ducha, embaçando o espelho, gastava quase um sabonete ao dia), colocou a mesa para o jantar. Inconscientemente, reparara que tinha colocado dois pratos na mesa ao invés de um. Idiota! Não eu, ela! E mais ainda, meu subconsciente é tão idiota quanto, pois pensa que com essa situação irá fazer-me lembrar do seu olhar quando estávamos lado a lado, quando a elogiava pelo maravilhoso tempero, do dengo que ela fazia quando pedia mais um pedaço de bife. Affffff! Já passou, deixa pra lá!
Depois de por a mesa, de guardar o prato sobressalente, o momento é ligar para a pizzaria, afinal, não sabia nem descascar um alho. Hora de procurar o folheto. Folheto, yu-huuu? Onde estás? Aqui! O número é...
Para surpresa dele, o número foi recortado. E mais que isso, dentro deste, um bilhete que dizia:
_ Sabia que irias procurar este folheto, seu terrorista! Quer realmente o número para não morrer de fome? Ligue-me!
Estava decidido. Preferia morrer de fome a ligar para ela. Passo seguinte: hora do futebol!
Ahhhhh! Que poltrona maravilhosa! E maravilhosa também era ela com aquela camisola linda, verde, pois dizia ser palmeirense até ao dormir. E em todo jogo Palmeiras x São Paulo, a gozação quando seu time vencia. Mas isso acabou! Liberdade, fraternidade e prosperidade! I´m a free man! Uma vez solteiro, sempre solteiro! Não há coisa melhor neste mundo!
O jogo irá começar! O controle remoto está na mão. Só um mero aperto de botão e o espetáculo começará. Um aperto, dois, três, quatorze! Que diabos acontece com esse controle?
Eis que ao abrir a tampa do controle remoto, onde deveria encontrar pilhas, nada mais que um pedaço de papel e só. “Era só o que me faltava”, resmungou. E no papel, mais uma frase escrita que dizia:

_ Levei as pilhas porque foram com meu dinheiro! Queres ver TV decentemente? Então a mantenha! Ou podes simplesmente ligar me utilizando a palavra “ por favor “ que pensarei no seu caso!

Um grande momento de silêncio, e após isso:

_ VAAAAAAAACAAAAAAAAAAAAAAAA!
“Desgraçada! Pensa que darei o braço a torcer? De jeito nenhum! Por isso que brigávamos toda hora! Ela sempre queria que dissesse que a amava, que não viveria sem ela e blá, blá, blá! Até parece! Já estou me sentindo bem melhor sem ela. Nada como uma cervejinha a noite para curar dores deste tipo!
Foi de encontro à geladeira. Lá estava ela! A consoladora dos homens nos momentos de maiores aflições amorosas! Grande cerveja! A felicidade em um movimento de abertura daquele anel de alumínio. Fez-se então o movimento sagrado, a abertura! Levou-a a boca, mas peraí? Cadê a cerveja? A lata estava vazia! Mas como? Eu acabei de abrir!
Foi quando ele observou que na abertura que o anel causara na lata, tinha mais um furo, só que no fundo.
_ Ela não fez isso! Ela não teria coragem de fazer isso com as onze latas de cerveja que tenho aqui – pensou. Pena que estava errado quanto a audácia da ex-companheira.
_ Bem, o que resta é dormir! Pelo menos a cama estava arrumada! Cama maravilhosa, aconchegante. Novamente brigaríamos pelo cobertor, se encararíamos como todo dia, o coração bateria mais forte, aquele perfume maravilhoso! Nãããããão! Isso acabou! Sou livre, leve e solto! Chega de lembrar desta insolente. Humpft!
O sono estava chegando. As pálpebras pesadas. Tudo indo as mil maravilhas, até que algo fazia-o lembrar dela novamente. Mas o quê? Pelo que ele observou, não tinha mais nada dela no quarto, nada! Exceto o ................. cheiro do perfume dela! O cobertor, o colchão, o travesseiro! Essa infeliz deve ter comprado mais três frascos para fazer esse serviço!
As lágrimas chegaram. Ele não estava mais suportando a idéia de ficar só! Mas também não suportaria a idéia de pedir perdão e dizer que a amava! Continuaria irredutível! Pelo menos, ela deixou o porta-retrato que continha a foto da primeira ida ao parque deles. Isso era algo que poderia amenizar a saudade que tanto sentia por ela. Mas quando verificou, nada mais, nada menos que a foto de sua secretária, e colocado estrategicamente abaixo, mais um bilhete:

“ Talvez essa seja a mulher da sua vida! Se não for, tens meu número! Saberás o que fazer!”
Novamente, mais um súbito momento de silêncio, e então:

_ DESISTOOOOOOOOOOOOOOOO! EU TE AMOOOOO! SUA MEGERA MANIPULADORA DOS INFERNOSSSS!

Ele pegou o celular, discou, contando os toques, e repetindo “ atenda, atenda!” Quando uma voz masculina respondeu:
_ Alô?
_ Ei! Eu quero falar com minha mulher!
_ Ela não te disse?
_ Não! Tu és um caso dela? Eu sabia! E eu que era o vilão da história, farei picadinho de vocês dois e ...
_ Sou o advogado dela.
_ Advogado?
_ Sim, ela disse que ligarias. A audiência já está marcada. Tu a receberás em sua casa em até cinco dias úteis. Passar bem. Tu-tu-tu-tu-tu-tu...

As lágrimas começaram a rolar. Ele tinha a mulher que sempre quis em suas mãos e a deixara ir. Não se perdoaria jamais! Faria o necessário. Era só um “Eu te amo“ que ela queria ouvir? Pois bem, ela terá serviço completo! Helicóptero com flores sendo arremessadas! Cartazes por todo o bairro! Cesta de café da manhã todo dia! Iria ao inferno e pintaria-o todo de rosa se fosse necessário, e ...

_ Em Brasília, seis horas! – Era o rádio relógio o acordando para ir trabalhar.
Ele acordou! Era apenas um sonho! O amor de sua vida estava ao seu lado. Nada disso acontecera! Sentiu-se como se tivesse uma segunda chance! Faria tudo para fazê-la feliz! Diria que a amava quantas vezes fosse necessário! Yupiiiiii!
_ Amor? – Ele disse.
_ Hein? – Ela respondeu.
_ Sabias que te amo, e que és tudo pra mim?
_ Ai, ai, ai, ai! Nunca me disseste isso. O que fizeste de errado, hein? Aposto que tens uma amante. Aposto que é pretexto para abandonar-me. É uma arapuca, não é? Volta aqui...
E lá se vai mais um dia, com a pergunta que nunca se calará: Um dia, será que entenderei minha mulher?

 

O Elixir que une (e encoraja para falar)



Gente amiga, gente inimiga, pessoas que querem me ver bem, pessoas que querem me ver mal, pessoas que sonham me ver em um baile funk, (eu fui uma vez, mas por uma causa nobre, por isso, cabe recurso), enfim, todos que lêem esse post, quis repartir um fato inusitado em minha vida que me fez pensar muito sobre o fator cachaça. Apesar de ela causar muitos efeitos colaterais, danos a sociedade, contas penduradas em qualquer boteco, ela pelo menos une pessoas para uma questão que hoje em dia não é tão usual: O DESABAFO.
Minha vó, quando desanda a falar desde a posse de Getúlio Vargas até as eleições de 2018, em muito, mas muito mesmo que ela fala, comenta sobre esse mal que assola nossa sociedade.......” O MEDO DE DESABAFAR SEUS PROBLEMAS “.
Mas vejamos os motivos, de acordo com os perfis de hoje:
1 - O Machão: Esse não pode desabafar porque acha que no meio de sua história, pode começar a ter uma crise de choro, e macho que é macho, daqueles que não tomam mel, mas mordem a colméia, não devem demonstrar qualquer sinal de fraqueza, pra não correrem o risco de virar recheio de panetone;
2 – O Sensível: Esse não pode desabafar porque ninguém quer ouvi-lo. Quando ele desanda em falar, uma lágrima aqui, outra ali, aí já viu: ninguém quer ficar indo e vindo a farmácia pra gastar dinheiro com tanto lenço de papel e dizer palavras do tipo “ isso passa, eu te entendo “.
3 – O travesti: Esse então, o pessoal pensa: é armação! Ele vai nos filmar, por o vídeo no youtube e queimará meu filme com todos.

Bem, depois dessa introdução longa, digo que a minha história foi a seguinte: estava eu esperando o ônibus de volta para minha casa, destruído, pois tinha acabado de tomar um “ kick " da mulé que gostava, com aquela dor de corno (sou ser humano, gente! Todos tem essa dor. Nem adianta negar!), ouvindo umas músicas do Bruno e Marrone que tinha no celular (minha irmã que colocou, hein?) quando dois homens que estavam no ponto começaram a puxar assunto:
_ Ei, cara! Tudo bem? - Perguntou o homem 01”
_ Claro! Só tristeza por uma infeliz marvada ter me chutado. – Respondi.
_ Ihhhhh! Acontece....... hoje mesmo, fiquei sabendo que tomava galho há oito anos do meu irmão. E o pior, que quando soube, ao invés de ficar com raiva, apenas chorei. –Disse o homem 01.
Em mim, uma mescla da vontade de rir e de solidariedade (sim, isso é possível, só não sei como). De repente, o cara começou a chorar.
Não sabia o que dizer, quando o homem 2 tirou da sua mochila um motorádio preto, daqueles bem velhos, bem velhos mesmo, com o suporte da pilha enrolado em fita isolante preta e uma garrafa de pinga 3 fazendas. No rádio, da-lhe música sertaneja poética daquelas de Goiás, e apenas dizia: Amigos, a vida é tão curta, vamos tomar essa birita e esquecer o hoje. Afinal, amanhã será outro dia.
Começamos a beber e depois, rir de cada história, de cada fato que parecia triste, mas depois, desabafando, parecia uma mudança brusca, estilo Sandra Bullock para Dercy Gonçalves.
E voltei pra casa bêbado, porém feliz, e leve, por desabafar meus problemas, e rir sobre eles!

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