segunda-feira, 6 de outubro de 2008

 

O Elixir que une (e encoraja para falar)



Gente amiga, gente inimiga, pessoas que querem me ver bem, pessoas que querem me ver mal, pessoas que sonham me ver em um baile funk, (eu fui uma vez, mas por uma causa nobre, por isso, cabe recurso), enfim, todos que lêem esse post, quis repartir um fato inusitado em minha vida que me fez pensar muito sobre o fator cachaça. Apesar de ela causar muitos efeitos colaterais, danos a sociedade, contas penduradas em qualquer boteco, ela pelo menos une pessoas para uma questão que hoje em dia não é tão usual: O DESABAFO.
Minha vó, quando desanda a falar desde a posse de Getúlio Vargas até as eleições de 2018, em muito, mas muito mesmo que ela fala, comenta sobre esse mal que assola nossa sociedade.......” O MEDO DE DESABAFAR SEUS PROBLEMAS “.
Mas vejamos os motivos, de acordo com os perfis de hoje:
1 - O Machão: Esse não pode desabafar porque acha que no meio de sua história, pode começar a ter uma crise de choro, e macho que é macho, daqueles que não tomam mel, mas mordem a colméia, não devem demonstrar qualquer sinal de fraqueza, pra não correrem o risco de virar recheio de panetone;
2 – O Sensível: Esse não pode desabafar porque ninguém quer ouvi-lo. Quando ele desanda em falar, uma lágrima aqui, outra ali, aí já viu: ninguém quer ficar indo e vindo a farmácia pra gastar dinheiro com tanto lenço de papel e dizer palavras do tipo “ isso passa, eu te entendo “.
3 – O travesti: Esse então, o pessoal pensa: é armação! Ele vai nos filmar, por o vídeo no youtube e queimará meu filme com todos.

Bem, depois dessa introdução longa, digo que a minha história foi a seguinte: estava eu esperando o ônibus de volta para minha casa, destruído, pois tinha acabado de tomar um “ kick " da mulé que gostava, com aquela dor de corno (sou ser humano, gente! Todos tem essa dor. Nem adianta negar!), ouvindo umas músicas do Bruno e Marrone que tinha no celular (minha irmã que colocou, hein?) quando dois homens que estavam no ponto começaram a puxar assunto:
_ Ei, cara! Tudo bem? - Perguntou o homem 01”
_ Claro! Só tristeza por uma infeliz marvada ter me chutado. – Respondi.
_ Ihhhhh! Acontece....... hoje mesmo, fiquei sabendo que tomava galho há oito anos do meu irmão. E o pior, que quando soube, ao invés de ficar com raiva, apenas chorei. –Disse o homem 01.
Em mim, uma mescla da vontade de rir e de solidariedade (sim, isso é possível, só não sei como). De repente, o cara começou a chorar.
Não sabia o que dizer, quando o homem 2 tirou da sua mochila um motorádio preto, daqueles bem velhos, bem velhos mesmo, com o suporte da pilha enrolado em fita isolante preta e uma garrafa de pinga 3 fazendas. No rádio, da-lhe música sertaneja poética daquelas de Goiás, e apenas dizia: Amigos, a vida é tão curta, vamos tomar essa birita e esquecer o hoje. Afinal, amanhã será outro dia.
Começamos a beber e depois, rir de cada história, de cada fato que parecia triste, mas depois, desabafando, parecia uma mudança brusca, estilo Sandra Bullock para Dercy Gonçalves.
E voltei pra casa bêbado, porém feliz, e leve, por desabafar meus problemas, e rir sobre eles!

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